terça-feira, 27 de março de 2012

Doação de 0,5% (meio por cento) do IRS para a Cáritas Portuguesa - 500291756


Nos termos do nº 6 do artº 32º da Lei 16/2001, os contribuintes de IRS podem indicar na sua declaração de IRS, uma Instituição Particular de Solidariedade Social ou de uma pessoa coletiva de direito público, para quem o Estado irá transferir 0,5% (meio por cento) do IRS que lhe for liquidado.
Para o efeito, a entidade em causa deverá estar previamente autorizada pela Administração Tributária e o contribuinte deve assinalar a segunda linha do quadro 9 do anexo H da declaração modelo 3 e indicar o número fiscal da referida entidade.
Os contribuintes pagam sempre o mesmo, mas estas entidades, que se substituem ao Estado em importantes funções sociais, irão beneficiar desta receita.
Tendo em conta que numa pesquisa efetuada às bases de dados da Administração Tributária e também por contatos efetuados localmente, se verificou não existirem instituições autorizadas a beneficiar daquelas transferências, com sede em Góis, sugerimos a quem assim o entender, para indicar o NIF 500291756 – Cáritas Portuguesa, que efetua o apoio social nas Freguesias do Colmeal e Cadafaz e que é responsável pela construção / exploração do Lar da Cabreira.


António Duarte

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Comissão de Melhoramentos do Soito contra a possível extinção da Freguesia do Colmeal (Góis)



Na sequência das intenções expressas no chamado “livro verde da reforma da administração local”, o Governo vem agora, através de um projeto de Lei, ainda em versão de trabalho, dar expressão mais concreta aos contornos desta reforma, que exige níveis mínimos de extinção de Freguesias, remetendo a “odiosa” decisão, para responsabilidade das Assembleias Municipais, mediante consulta ou sob proposta das Câmaras Municipais.

Este projeto de diploma parte da classificação dos Municípios nos níveis 1, 2 e 3, por ordem decrescente do elemento demográfico, estabelecendo níveis mínimos de habitantes para as novas freguesias que venham a ser criadas. Neste contexto, o Concelho de Góis, cuja densidade populacional é inferior a 100 habitantes por km, integra o nível 3 (vd. Alínea c) do nº 2 do artº 4).

Na interpretação que fazemos quanto aos parâmetros de agregação de freguesias aplicados ao nosso Concelho (vd. Artº 5º) e, tendo em conta que a única área urbana[1] existente é a da Vila de Góis, que apenas conta com uma freguesia, então o Concelho de Góis não poderá extinguir qualquer das freguesias urbanas, devendo, contudo, extinguir por agregação 25% das 4 Freguesias que não integram o mesmo lugar urbano, o que significa a extinção de 1 Freguesia.

Ora, não se verificando a existência, no Concelho de Góis, de qualquer freguesia com menos de 150 habitantes, segundo os censos de 2011, o que implicaria a respetiva extinção automática (vd. nº 3 do artº 5º), então a decisão quanto à freguesia a extinguir caberá à Assembleia Municipal.

 É ainda se salientar que segundo o referido projeto de diploma, a deliberação de não promoção da integração de freguesias, por parte das Assembleias Municipais, é equiparada a não pronúncia, cabendo então a decisão a uma Comissão Técnica, em que o poder político central e também a maioria política que suporta o Governo é dominante, sendo que, em tais casos, a agregação efetuada de “forma coerciva” terá uma penalização financeira de 15%, por comparação com as freguesias que forem agregadas por pronúncia favorável das referidas Assembleias.

 De referir que, em nossa opinião, este projeto de diploma é em muitas vertentes mais gravoso do que os princípios constantes do citado livro verde, uma vez que obriga à extinção de determinadas percentagens das Freguesias existentes, sem ter em conta as realidades específicas de cada Concelho, nomeadamente a dimensão e a orografia do seu território, as vias de comunicação existentes, a cobertura dos transportes públicos, ou mesmo a autonomia financeira das freguesias envolvidas.

Perante a evidência demonstrada e considerando que não se vislumbra qualquer tendência para a fusão voluntária de Municípios, permitida e incentivada nos termos do artº 14º do referido projeto de diploma, serão de encarar as seguintes opções:


ü  A mitigação desta realidade através de acordos com os municípios vizinhos, para efeitos de transferência entre si de partes ou da totalidade dos territórios das atuais freguesias, o que poderia ser feito, entre outros, com os Concelhos de Arganil e da Pampilhosa da Serra.
ü  A manutenção do atual território do Concelho de Góis, mas agora agregado em apenas 4 freguesias, o que significa de imediato a agregação de 2 das atuais freguesias, numa única.


Situando-nos agora na segunda opção, porque não temos notícia de que exista vontade política para concretizar a primeira, entendemos que a decisão da Assembleia Municipal não poderá deixar de ter em conta os seguintes fatores:

 ü  Não se verificando as condições para a agregação de qualquer freguesia na única área urbana existente (freguesia de Góis), esta junta pode ser objeto de agregação com uma das freguesias contíguas (vd. nº 3 do artº 6º);

ü  A verificar-se o referido no item anterior, a sede da freguesia resultante da agregação poderia, facilmente, situar-se fora da referida zona urbana, uma vez que os serviços de proximidade à população da referida área urbana podem perfeitamente ser disponibilizados nas instalações do Município.
 

As juntas de Freguesia são entes públicos que prestam serviços de proximidade e que por isso deverão estar instaladas o mais próximo possível dos cidadãos residentes, bem como dos restantes que necessitem de utilizar os respetivos serviços.
 

Face ao exposto, defendemos, obviamente a manutenção de todas as atuais freguesias do Concelho de Góis e esperamos que o Governo em diálogo com os restantes partidos com assento no Parlamento encontre uma solução que não prejudique, ainda mais, as zonas rurais que têm sido as vítimas das políticas centralizadoras das últimas décadas, às quais muito se deve a crescente (e muitas vezes quase total), desertificação humana do interior do país.

Porém, a manter-se o cenário de extinção de uma das atuais freguesias do Concelho de Góis, rejeitamos integralmente que esse ónus recaia sobre a Freguesia do Colmeal, entre outros pelos seguintes motivos:

ü  A distância que a separa da sede do Concelho, que em determinadas aldeias é de cerca de 30 Km, acompanhada dos difíceis acessos, da ausência de uma rede de transportes públicos regulares, situação agravada pelo facto de a população ser maioritariamente idosa e com fracos recursos económicos;

ü  O facto do Colmeal (sede da freguesia), assumir uma acentuada centralidade em relação às aldeias que integram a freguesia, podendo eventualmente vir a integrar algumas aldeias que atualmente pertencem a outras freguesias, mas com maior proximidade desta;

ü  Ser uma freguesia com um vasto território (cerca de 36,61 Km2), sendo a terceira maior das 5 freguesias de Góis e ter um elevado índice de autonomia financeira, uma vez que relativamente ao ano de 2010 as receitas próprias (venda de produtos florestais e receitas das eólicas), eram de 57,89% das receitas globais, podendo estas receitas ser incrementadas pela implementação de novos parques eólicos e/ou expansão dos atuais, uma vez que a respetiva Junta assume a gestão dos baldios por delegação de competências da Assembleia de Compartes;

ü  Esta Freguesia, para além da forte ligação com a comunidade da diáspora que a visita com frequência e que na maioria dos casos ali mantém segunda habitação, ser cada vez mais procurada por gentes de outros pontos do país e de outras partes do mundo, para efeitos de primeira e segunda habitação, tendo nos 2 últimos anos verificado o acréscimo da população jovem residente;

ü  Ter efetuado, recentemente investimentos significativos nas suas instalações e equipamentos, por forma a prestar os serviços necessários à comunidade que serve, incluindo a ocupação de várias pessoas recrutadas através do respetivo Centro de Emprego, que vão mantendo várias estruturas importantes para o meio rural e ajudam a manter vida nas nossas aldeias;

ü  Integrar investimentos importantes na vertente turística e de preservação do património, incluindo o projeto turístico “Loural Village”, em fase de implementação, a praia fluvial da Ponte, o Espaço Museológico do Soito e a possível integração da aldeia do Soito na rede das aldeias do Xisto, a recuperação da igreja Paroquial do Colmeal e muitas outras iniciativas de interesse relevante;

ü  Possuir ao nível de cada aldeia, associações (Comissões de melhoramentos, Ligas de amigos e Associações de desenvolvimento) que tem demonstrado um papel muito ativo no seu desenvolvimento e dinamização cultural, as quais trabalham em estreita colaboração com as autarquias locais e muito especialmente com a sua Junta de Freguesia.


Para terminar, devemos referir que não somos aversos à mudança e que compreendemos a necessidade de alguns ajustamentos à organização do poder local, os quais deverão ser feitos sobretudo numa perspetiva da melhoria dos serviços prestados às populações, sem esquecer, obviamente o binómio custo / benefício e o excesso de freguesias existentes em muitas zonas urbanas do país. Porém, esta abordagem não poderá de forma alguma ser centrada de forma exclusiva nas freguesias e muito menos nas freguesias rurais, dado que estas últimas se assumem como pilares fundamentais da manutenção de vida nas nossas aldeias e da manutenção das paisagens rurais.

Não podemos conceber um país com a população concentrada numa pequena faixa litoral e com o interior desertificado e quando falamos em interior, a freguesia do Colmeal é, como costumamos dizer, o interior do interior, por isso nos opomos a qualquer solução que consista na extinção desta freguesia, cuja origem remonta a 1560 e que, para além do que já foi dito, goza de forte identidade e tem um orçamento suportado maioritariamente em receitas próprias, cujo montante pode ainda ser significativamente incrementado, não tendo por isso qualquer responsabilidade no desequilíbrio das contas públicas nacionais.


A Direção.


[1] Lugar com população igual ou superior a 2.000 habitantes (vd. Nº a do artº 5º deste projeto de diploma).

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Soito - a CM Góis pede reconhecimento como aldeia de xisto

A Câmara Municipal de Góis solicitou às entidades competentes a integração do Soito na rede de aldeias de xisto, conforme extrato da Ata da reunião da CM Góis de 10 de janeiro de 2012, que a seguir se publica:



“2.5. COMISSÃO DE MELHORAMENTOS DO SOITO/INTEGRAÇÃO NAREDE DAS ALDEIAS DO XISTO E NOS PROJETOS DE ANIMAÇÃO DASALDEIAS - A senhora Presidente deu conhecimento ao Executivo do interesse manifestado pela Comissão de Melhoramentos do Soito em integrar a aldeia de Soito na Rede das Aldeias do Xisto, bem como, nos Projetos de Animação das Aldeias, tendo informado das diligências tomadas junto das Entidades competentes para o efeito, referindo que se aguarda pela resposta dessas mesmas Entidades.

O senhor Vereador Diamantino Jorge Simões Garcia referiu que a aldeia do Soito poderia primar pela diferença, naturalmente naquilo que está padronizado nas aldeias do xisto, nomeadamente no que concerne ao tipo de produtos que se oferece a quem por ali passa, sendo sua opinião que esta aldeia poderia ter uma dinamização diferente”.

Vamos esperar que este sonho se torne uma realidade para a nossa aldeia, pois esta seria a melhor forma de assegurar o seu futuro, assegurando condições para que pessoas jovens ali possam residir.

António Duarte

A Câmara Municipal de Góis solicitou às entidades competentes a integração do Soito na rede de aldeias de xisto, conforme extrato da Ata da  reunião da CM Góis de 10 de janeiro de 2012, que a seguir se publica:
 

“2.5. COMISSÃO DE MELHORAMENTOS DO SOITO/INTEGRAÇÃO NAREDE DAS ALDEIAS DO XISTO E NOS PROJETOS DE ANIMAÇÃO DASALDEIAS - A senhora Presidente deu conhecimento ao Executivo do interesse manifestado pela Comissão de Melhoramentos do Soito em integrar a aldeia de Soito na Rede das Aldeias do Xisto, bem como, nos Projetos de Animação das Aldeias, tendo informado das diligências tomadas junto das Entidades competentes para o efeito, referindo que se aguarda pela resposta dessas mesmas Entidades.

O senhor Vereador Diamantino Jorge Simões Garcia referiu que a aldeia do Soito poderia primar pela diferença, naturalmente naquilo que está padronizado nas aldeias do xisto, nomeadamente no que concerne ao tipo de produtos que se oferece a quem por ali passa, sendo sua opinião que esta aldeia poderia ter uma dinamização diferente”.

Vamos esperar que este sonho se torne uma realidade para a nossa aldeia, pois esta seria a melhor forma de assegurar o seu futuro, assegurando condições para que pessoas jovens ali possam residir.
António Duarte



sábado, 17 de dezembro de 2011

Vídeo de Acácio Moreira sobre o Soito - Aldeia Preservada e Cantar as Janeiras no Soito

Vído sobre o Soito, feito pelo amigo Acácio Moreira da vizinha aldeia do Carvalhal do sapo.
Uma visão do Soito com muita qualidade, efectuada sem bairrismos, que merece ser vista.
Cantar as Janeiras na Freguesia do Colmeal com organização da Lousitânea (Associação de Amigos da Serra da Lousã, Grupo de Concertinas sem Eira nem Beira e Rancho Serra do Ceira - Incicia-se no Colmeal às 13H00 do dia 1 de Janeiro, passando pelo Açor, Ádela e Soito, onde terá lugar um jantar Convívio.
A CM do Soito, que de bom grado se associa a esta iniciativa, agradece às entidades organizadoras e patrocinadoras a inclusão do Soito neste percurso,  solicitando desde já a colaboração de todos os associados que nesta data estejam no Soito .




segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Festival da Diversidade Cultural, Soito, 1 de Outubro de 2011

Decorreu no Soito (Colmeal / Góis), o primeiro Festival da Diversidade Cultural, envolvendo gastronomia de 4 países, música e outros divertimentos, bem como a venda de artesanato e produtos da terra.

Inserida neste evento tivemos, também, a inauguração de mais uma fase do “projecto de valorização do espaço público do Soito”, da autoria dos nossos associados e membros dos órgãos sociais, Liliana Santos e Humberto Sobreira, que inclui protecções em madeira, jardinagem, sinalética e percursos pedestres, com investimento global da ordem dos 10 mil euros e actualmente concluído em cerca de 80%.

Aquele projecto integra um protocolo entre a Comissão de Melhoramentos do Soito e a Câmara Municipal de Góis, cujo contributo financeiro é da ordem de 15% do investimento previsto.

A referida inauguração contou a presença da presidente da Câmara Municipal de Góis, Drª. Maria de Lurdes Castanheira, que aproveitou, também, para verificar in loco a evolução das obras de repavimentação da aldeia, na sequência da requalificação da nova rede de água que este ano teve lugar. Esteve igualmente presente todo o executivo da Junta de Freguesia do Colmeal, liderado por Carlos de Jesus.

Numa breve cerimónia que teve lugar após a referida inauguração, em que foi também invocado o 57º aniversário da Comissão de Melhoramentos do Soito e prestada homenagem aos sócios fundadores na pessoa de José Nunes de Almeida, actual presidente do Conselho Fiscal e único fundador ainda vivo, o presidente da Direcção António Duarte, destacou a importância da inauguração que ali teve lugar, por constituir mais um passo no importante processo de renovação / valorização da aldeia do Soito, tornando-a mais atractiva e com melhores condições de vida.

Nesta sequência salientou que, após um período de longo período de abandono, impulsionado, também, pelo incêndio que há cerca de duas décadas ali destruiu várias casas, o Soito, graças à actividade da sua Comissão de Melhoramentos na última década, bem como aos investimentos privados efectuados na recuperação tradicional de habitações e mais recentemente aos investimentos em curso por parte da CM Góis, está hoje numa fase de ampla recuperação, tendo invertido significativamente a tendência de desertificação humana a que vinha assistindo, uma vez que no último ano triplicou o número de residentes, a maioria dos quais ainda relativamente jovens.

Salientou e agradeceu na pessoa da Drª. Lurdes Castanheira, o importante investimento que a Câmara Municipal de Góis está a efectuar na aldeia, através da colocação de uma nova rede de água e reposição / renovação das calçadas existentes, agradecendo, na pessoa da Senhora Presidente da Câmara ali presente, todo este investimento, bem como o restante apoio recebido daquela autarquia, designadamente no âmbito do protocolo celebrado com a Comissão de Melhoramentos do Soito no âmbito do “projecto de valorização do espaço público do Soito”. Os agradecimentos foram também extensivos à Junta de Freguesia do Colmeal, na pessoa do seu Presidente Carlos de Jesus, pelos investimentos que efectuou / pensa efectuar na aldeia.

Por fim salientou que numa fase de incerteza resultante da crise que o país vive e pela reforma do poder local que agora se inicia, estamos certos que tanto a Drª. Lurdes Castanheira, pela sua capacidade de trabalho, empenho e optimismo, bem como o senhor Carlos de Jesus pelo bom trabalho demonstrado, farão tudo o possível para garantir o dinamismo de que o nosso Concelho e em particular a Freguesia do Colmeal necessitam.

Terminou as suas palavras referindo que não obstante as contrariedades do actual momento que o país vive, a que a Comissão de Melhoramentos do Soito não é imune, esta fará tudo o que estiver ao seu alcance para continuar a melhoria das condições de vida na aldeia, uma vez que ainda há muito para fazer.

Seguiu-se a intervenção da senhora Presidente da CM de Góis, Drª. Maria de Lurdes Castanheira que, após ter saudado os presentes e mostrando palavras de apreço pelos que no passado fundaram a Comissão de Melhoramentos do Soito, salientando o nome de José Nunes de Almeida que há 57 anos integra os corpos sociais desta associação, reconheceu as profundas mudanças a que, na última década tem assistido a aldeia do Soito, após um longo período de marasmo, justificando por isso o investimento na nova rede de água e renovação das calçadas que a Câmara ali está a efectuar.

De seguida elogiou o querer, o esforço e o optimismo demonstrado por esta associação em transformar o Soito na aldeia que hoje é que, em seu entender é uma verdadeira aldeia de xisto, sem subsídios, apenas necessitando de ser reconhecida como tal para integrar o circuito das aldeias do xisto, prometendo enveredar os necessários esforços nesse sentido.

Referiu ainda que os apoios dados pela Câmara Municipal de Góis às obras promovidas pela Comissão de Melhoramentos do Soito, tem sido pequenos contributos face ao esforço de investimento efectuado na aldeia por esta associação, cujos dirigentes sempre se manifestaram contra a chamada subsídio dependência.

Assinalou também, a importância e significado do evento promovido, salientando o significativo número de pessoas ali presente que aparentemente contrariavam a desertificação humana que afecta a nossa zona.

Por fim usou da palavra o senhor Presidente da Junta de Freguesia do Colmeal, Carlos de Jesus que em breves palavras salientou, em nome do executivo que lidera, o apoio que dentro das possibilidades esta autarquia dará à aldeia do Soito, bem como às restantes aldeias da freguesia.

O festival continuou pela tarde e noite contando, para além da gastronomia variada e também de um magusto, com um espectáculo variado, incluindo, o Rancho Folclórico Serra do Ceira, o Fado cantado por Ana Laia, acompanhada à viola por Paulo Vitorino e à guitarra por José Henriques dos Santos, bem como espectáculos de malabarismo, com o grupo Kamones e espectáculo de fogo intitulado o circo da terra, a cargo dos nossos vizinhos e amigos Rosie e Josh.

Às entidades oficiais presentes, a todos os artistas, a todos os nossos associados presentes e em especial aos que estiveram envolvidos na organização, aos artesãos e vendedores de produtos regionais, bem como ao número significativo de pessoas de várias nacionalidades que ali estiveram presentes, o nosso muito obrigado.

Para o próximo ano prometemos fazer ainda melhor.

António Duarte 





























domingo, 20 de fevereiro de 2011

Assembleia – Geral (2011 um ano essencial para o futuro do Soito)

No próximo dia 24 de Fevereiro Quinta-Feira), pelas  21H00, reúne na Casa do Concelho de Góis, na Rua de Santa Marta, em Lisboa, a Assembleia-Geral Ordinária da CM do Soito, que para além da prestação de contas relativamente a 2010, incluirá a eleição dos corpos directivos para 2011, bem como a discussão e aprovação do Plano de Actividades e Orçamento para 2011 e de outros assuntos de interesse para o futuro da aldeia.
Trata-se de um importante encontro de debate dos assuntos que afectam a nossa aldeia e dos projectos que iremos apresentar com vista a garantir e melhorar o seu futuro e por isso gostaríamos de contar com a presença de todos os nossos associados e amigos, embora apenas os primeiros tenham capacidade de decisão relativamente aos assuntos que serão abordados.
O Soito é já hoje uma das aldeias mais conhecidas e apreciadas no Concelho de Góis e na região, pelo enorme esforço que tem sido feito da recuperação e preservação do património particular e colectivo e esse esforço é ainda mais assinalável quando, num ano de crise como o que atravessamos, se continua a assistir ao incremento da reconstrução em xisto de habitações particulares e ao nível colectivo prevemos concluir o “projecto de valorização do espaço público”, para além de outras pequenas obras ou arranjos que consideramos essenciais.
A Câmara Municipal de Góis irá também requalificar a rede de água de abastecimento ao domicílio, substituindo a actual rede completamente degradada e que não permite o abastecimento adequado, tanto ao nível quantitativo, como qualitativo, numa aldeia que apesar de tudo, irá ter este ano cerca de 40 contadores de água ligados.
Por tudo isto e porque o Soito adquiriu recentemente 5 novos moradores jovens (o mais velho com 40 anos e o mais novo com 2 anos), situação muito rara nas aldeias serranas como a nossa, consideramos que nos devemos orgulhar da nossa aldeia, apoiando, na medida do possível, todos os que ali queiram viver, ou simplesmente utilizar a aldeia como destino de férias e fins-de-semana.

António Duarte



domingo, 24 de outubro de 2010

Sábado, dia 30/10/2010 - Lanche, Magusto e Fados de Coimbra no Soito

À semelhança do que já vem sendo habitual, a realização do tradicional magusto dos “Santos”, é uma excelente oportunidade para o regresso à nossa aldeia e a promoção do são convívio entre todos os amigos do Soito.
Este ano temos um fim-de-semana prolongado, uma vez que o feriado de 1 de Novembro é Segunda – Feira, o que facilita uma ida ao Soito menos apressada.

Este convívio realizar-se-á no Sábado, dia 30/10, a partir das 16H00 e incluirá:

16H00 – Lanche;
18H00 – Magusto;
21H00 – Fados de Coimbra – Grupo de Fados e Guitarradas de Coimbra / MINERVA, o que implica o pagamento de 5,00 € (excepto crianças até aos 12 anos).

A CM do Soito assegurará a aquisição das castanhas, bebidas, broa de cebola com carne, filhós e pão, pedindo-se a todos os associados e amigos que tenham essa possibilidade, sobretudo os que têm maior ligação à aldeia, para colaborem no fornecimento de outros produtos, para que tenhamos quantidade e variedade suficiente, sugerindo-se, a título de exemplo, que levem: queijos, chouriços, presunto, salgados, bolos ou outros doces, etc.

O financiamento das despesas com este convívio far-se-á através da venda de rifas para o sorteio de dois pequenos cabazes de produtos da nossa zona, no valor conjunto aproximado de 100,00 € (que incluirão, mel, nozes, queijo, castanhas, etc.), a fim de permitir um esforço mais equilibrado dos contributos dos participantes.

Para qualquer esclarecimento contacte-nos através de e-mail: cmdosoito@gmail.com ou 933496796 ou através da nossa página no Facebook.

Participe neste convívio e colabore connosco, a fim de, em conjunto, podermos garantir o futuro da nossa aldeia e venha ver o que já foi feito no âmbito do projecto de “valorização do espaço público do Soito”.

O Presidente da Direcção

(António A. Duarte)

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Tradições do Soito - o fabrico do queijo

A pastorícia, a par da agricultura, sempre foi uma das actividades predominantes da nossa zona, sobretudo até ao final dos anos 60 do século passado, quando nas aldeias serranas se acelerou ainda mais o processo de desertificação já iniciado nas décadas anteriores.


Dentro dos vários produtos que associados a esta actividade (p.e. extracção de lã, venda das crias, consumo de carne, produção de estrume para as terras), destaca-se a produção de queijo, que salvo raras excepções era feito da mistura de leite de cabras e ovelhas, sendo que o primeiro era predominante, não só porque as cabras produzem maiores quantidades de leite, mas também porque a exiguidade dos terrenos aráveis e os respectivos declives, eram mais propícios a estes animais do que às ovelhas.

O fabrico ao queijo ocorria, predominantemente entre o mês de Fevereiro e mês de Julho, uma vez que era tradição a maioria das cabras e ovelhas parirem no final do ano / inicio do ano seguinte, após um período de gestação de 5 meses. Naturalmente que este período era o mais escolhido pelos donos do gado, a fim de que o período de crescimento das crias / produção de leite, se ajustasse ao período de maiores e melhores pastagens, que se verificava sobretudo a partir de Fevereiro do ano seguinte.

A extracção de leite iniciava-se 2/3 semanas após o nascimento das crias, que assim ficavam privadas de parte do seu alimento destinada a alimentar os seus donos, de forma directa, ou indirecta através do fabrico de queijo. Para o efeito as crias, cabritos e cordeiros, eram fechadas, sobretudo durante a noite, num compartimento específico dento do curral, designado de “prisco”

Pela manhã, quando as cabras e ovelhas já estavam de amojo cheio, procedia-se à ordenha, por norma para um recipiente de lata (a lata do leite), libertando-se então as crias que durante boa parte do dia tinham direito à totalidade do leite para a sua alimentação. Porém e logo que as crias se iniciavam na alimentação sólida, o período de clausura do “prisco” tendia a aumentar, a fim de que os respectivos donos pudessem extrair mais leite.

Este leite, após ser coado, a fim de filtrar algumas impurezas adquiridas na fase da ordenha, sobretudo pêlos dos animais, era adicionado de uma determinada porção de água, após infusão a frio da flor do cardo, planta existente na zona com características coagulantes, a fim de coalhar o leite.

Sobretudo nos dias de mais baixas temperaturas, o leite era colocado junto à lareira ou ao fogão de lenha, a fim de obter a temperatura necessária para ficar bem coalhado, ou seja com uma textura adequada ao fabrico do queijo. O tempo de coagulação do leite dependia da quantidade de cardo e da temperatura a que estava exposto, numa relação directa. Mas se bem me lembro variava entre 1 e 2 horas.

Após estar suficientemente coalhado fazia-se o queijo, sendo que esta era uma tarefa doméstica e por isso executada maioritariamente pelas mulheres. O processo de fabrico exigia um prato, sobre o qual se colocava um acincho (forma redonda aberta dos dois lados de diversos tamanhos conforme o tamanho do queijo pretendido e/ou a quantidade de leite existe) e as mãos bem lavadas.

A coalhada era colocada dentro do acincho em pequenas porções e ia sendo espremida pelas mãos, à medida que uma camada estava suficientemente espremida colocava-se a outra, virando-se o acincho do outro lado, até o queijo estar completo. O processo de prensagem assim efectuado é fundamental para que o queijo atinja a textura e o sabor desejados.

Concluído o queijo, era colocada a quantidade de sal desejada, ficando o mesmo dentro do acincho até ao dia seguinte, sendo então consumido fresco ou colocado numa queijeira (suporte em madeira), a fim de adquirir a secagem desejada ou de acordo com as necessidades de consumo mais ou menos imediatas.

Uma vez que a época do queijo terminava nos primeiros meses de Verão, o queijo para o resto do ano era sujeito a um processo de secagem mais longo, sendo posteriormente conservado em azeite dentro de talhas de barro.

O soro obtido após a extracção da coalhada para o fabrico do queijo, que na nossa zona se chamava “almece”, era aproveitado e comido com migas de broa, sobretudo pelas famílias mais carenciadas.

António Duarte

sábado, 7 de agosto de 2010

História da CM do Soito

Os primeiros dirigentes e suas precocupações

Na sequência dos textos que anteriormente aqui já publicámos ( carta aberta que precedeu a constituição da Comissão de Melhoramentos do Soito e a lista dos sócios fundadores), cabe-nos agora fazer referência ao início da actividade desta associação, incluindo os seus dirigentes e as primeiras preocupações no que respeita à realização de melhoramentos em prol da aldeia.

De facto e tendo em contas as actas das três primeiras Assembleias – Gerais que a seguir publicamos, destacam-se, desde logo e para além de outros nomes (p.e. Marcelino Antunes de Almeida, José Maria André e Urbano Marques), aqueles que viriam a marcara a história da CM do Soito até ao início dos anos 80 do século passado, designadamente:

 Abel Nunes de Almeida
 José Nunes de Almeida
 Joao Duarte
 José Martins Gomes

De destacar, também, ao nível da Delegação do Soito, o nome de António Nunes, conhecido como Sargento Nunes, um homem que durante muitos anos foi o comandante do Posto da GNR da Lousã e que, mesmo antes da constituição da Comissão foi uma das pessoas influentes no abastecimento de água potável à aldeia e na construção dos chafarizes, no início do anos cinquenta.

Por sua vez da acta nº 2, respeitante à Assembleia – Geral ocorrida em 1955, destaca-se a a abordagem do tema da estrada de ligação do Soito à estrada Rolão / Colmeal, que inicialmente se previa que fosse efectuada entre o Ventoso e a parte de cima da aldeia, no sítio da Relva.

De lembrar aqui que esta estrada apenas seria uma realidade no final dos anos sessenta, cerca de 15 anos depois e com um traçado bem diferente que é o que hoje conhecemos.

Eis as cópias das referidas actas:







António Duarte


 

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Património preservado - Espaço de Lazer a Eira

Quando as nossas aldeias eram densamente povoadas e a actividade agrícola era intensa, a generalidade das aldeias dispunha um espaço colectivo para a debulha do centeio, designado de “Eira”.

Por norma, era um espaço com chão de rocha suficientemente dura e previamente alisada, para onde, após a ceifa, o centeio era transportado em pequenos molhos, às costas, à cabeça, ou em carros de bois, para ali ser debulhado.

A utilização de um espaço ao ar livre, em detrimento dos soalhos dos palheiros ou mesmo das casas de habitação, feitos em madeira, onde se debulhava o milho, devia-se ao facto deste cereal ser mais difícil de extrair do que aquele, exigindo que a debulha se efectuasse nas horas de maior calor e mediante a utilização de uma ferramenta adequada, concretamente o mangualde, cujo manuseio exigia espaço e altura adequados.

Efectuada a “malha” ou “malhada” do centeio, os grãos eram estendidos ao sol para secagem, a fim de adquirirem a dureza necessária à moagem, sendo então guardados nas arcas, à semelhança do milho, a fim de serem moídos e utilizados durante o ano, para juntamente com a farinha de milho, fazer a broa, que era o alimento base dos povos da nossa zona.

Por sua vez a palha de centeio tinha também várias utilizações que iram desde o enchimento dos colchões para as camas (como eles picavam), à sua colocação nas caldeias dos alambiques no âmbito do fabrico de aguardentes, a fim de que a “massa” não agarrasse, à cobertura de currais ou mesmo como pasto para os animais durante o Inverno.

Tanto quanto me lembro, a “Eira” do Soito, foi utilizada até finais dos anos 60 do século passado, data a partir da qual foi abandonada, quer porque nessa altura o centeio já era mais escasso, devido à desertificação humana, mas sobretudo, porque foi então construída a actual estrada rodoviária, que destruiu cerca de metade da sua área.

Este espaço situa-se a cerca de 50 metros do início da aldeia, do lado direito, no percurso Colmeal – Soito (antes era cruzado pela estrada de carros de bois entre o Soito e o Colmeal), e devido à sua destruição parcial e entulhamento pelos resíduos trazidos pela levada ao longo de cerca de 40 anos, estava irreconhecível até há cerca de 2 anos, quando iniciámos as obras destinada a dar alguma dignidade ao local, preservando a memória colectiva e construindo ali um pequeno espaço de lazer.

Durante o ano de 2009 e contando e mediante a colaboração da arquitecta paisagista Liliana Santos, dirigente local da CM do Soito, bem como com a colaboração de outros profissionais qualificados, o espaço da antiga Eira que sobreviveu à passagem da actual estrada (cerca de ½ do inicial), acrescido de uma pequena parcela de terreno que nos foi cedida pelo nosso associado e dirigente Carlos Alberto do Santos de Almeida, ganhou nova dignidade.

O aproveitamento daquele espaço, onde foram gastos cerca de 4.000,00€, envolveu o desentulhamento da antiga Eira e do terreno que lhe foi acrescido, a construção de muros laterais de suporte, a construção de uma cascata alimentada pela levada que atravessa a aldeia, a construção de bancos em pedra, canteiros e estrutura de ensombramento em madeira tratada, bem como a plantação de trepadeiras. Para a conclusão total faltam apenas alguns arranjos ao nível da entrada e a devida sinalização para que seja vista por quem passa na estrada.

Estamos certos que os nossos antepassados, para quem aquele espaço teve outra utilidade, ficariam satisfeitos pelo aspecto que o mesmo actualmente apresenta, conforme se demonstra pelas fotos seguintes:






António Duarte

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Soito - uma aldeia com entradas convidativas

Entradas do Soito

De certa forma podemos dizer que a entrada de uma aldeia nos diz um pouco daquilo que ela será por dentro, o que nem sempre é verdade, face à existência de condicionantes específicas, como é o caso das construções particulares, por vezes desinseridas da traça arquitectónica da zona.

De qualquer modo e tendo como ponto de partida as referidas limitações, muito poderemos fazer para melhorar as entradas / saídas das nossas aldeias, assumindo aqui o tal papel de “regionalistas à moda antiga”, até porque dificilmente as nossas autarquias têm condições para embelezar, adequadamente, um multiplicidade de aldeias espalhadas pela serra, concentrando, por norma, esse esforço, nas sedes Concelhias e nas sedes das freguesias mais importantes.

É neste sentido que, estando a aldeia do Soito envolvida num processo de grande transformação ao nível da reconstrução tradicional, ao nível colectivo e individual e da valorização do património colectivo, nos vimos preocupando, também, com o seu aspecto exterior, a fim de que apresente um aspecto atractivo para quem nos visita, mas também para todos os que passam na estrada municipal Góis / Fajão, que assim ficarão com imagem de uma aldeia cuidada, que convida a uma visita ao seu interior.

Nesta linha de raciocínio, iniciámos, há cerca de 5 anos um processo de melhoria das bermas da referida estrada municipal, com a plantação de várias árvores na direcção Soito-Fajão-Malhada (castanheiros, cerejeiras e figueiras), ao mesmo tempo que na Direcção Soito-Colmeal-Góis, recorremos a uma empresa de jardinagem então existente na zona, que ali plantou várias espécies de arbustos e plantas, que dão uma beleza ímpar às referidas bermas, especialmente na Primavera e no Verão.

De referir, também, que a manutenção destes espaços, que em breve serão ampliados, implica a limpeza das bermas (este ano numa maior extensão por parte da Junta de Freguesia do Colmeal), bem como a rega durante o Verão, o que actualmente é feito por um sistema de rega gota a gota, accionado automaticamente, cujos custos iniciais são largamente compensados pelos benefícios futuros.

Por fim não podemos deixar de referir que o actual executivo da Junta de Freguesia do Colmeal procedeu, também, à plantação de várias cerejeiras nas entradas do Soito, bem como noutras aldeias, garantindo a sua manutenção, o que nos parece ser um aspecto bastante positivo para a atractividade das nossas aldeias, sendo também de salientar

Para ilustrar o que acabámos de referir, vejamos as fotos seguintes feitas há cerca de 2 semanas.




António Duarte




domingo, 11 de julho de 2010

Memórias do Soito e do Colmeal - espólio de António Marques de Almeida

António Martins Mendes e a Ponte sobre o Ribeiro do Soito





António Martins Mendes nasceu no Soito, casou no Colmeal com Ludovina da Conceição Ferreira Mendes e teve quatro filhos: Maria Amélia, Américo, Ângela e João Mendes, todos já falecidos, à excepção deste último, actualmente com cerca de 80 anos.

Teve vários netos entre os quais a Maria da Conceição Mendes das Neves, filha de Maria Amélia e actual esposa de António Marques de Almeida.

Esteve ligado desde início à UPFC, integrando os seus órgãos sociais, sendo que no período de 1993/1934, fazia parte da Direcção constituída pelos seguintes elementos “Manuel Nunes de Almeida, Albano Gonçalves de Almeida, Francisco Luís, António Domingos Neves, António Martins Mendes, José Augusto Elias de Almeida e António Nunes Major” (in Boletim “O Colmeal” Nº 124, de Fevereiro de 1974, republicado no dia 10 de Dezembro de 2009 em http://upfc-colmeal-gois.blogspot.com).

No mesmo texto que acabámos de citar referia-se que, em 14-4-1933 “estuda-se a possibilidade de construção de uma ponte em pedra sobre o ribeiro do Soito, pedindo-se à Delegação o respectivo orçamento.

Em 13-5-1933 decide-se oficiar à C. M. Góis pedindo a execução gratuita da planta desta obra, mas a resposta é negativa, por ser inteiramente impossível atender o pedido.

Em face disto, resolve a Direcção construir-se a ponte mesmo sem planta, encarregando-se a Delegação de elaborar o respectivo caderno de encargos da obra, cujo orçamento era de 3.000$00.
….

Em 11-1-1934, a Delegação da UPFC notifica que a obra da ponte sobre o ribeiro do Soito está concluída, mas só em 12-7-34 se oficia à C. M: Góis fazendo a sua entrega, depois de se ter completado o pagamento de 1.100$00 à Delegação (5-4-34) e 60$00 à Junta de Freguesia”.

Assim sendo, António Domingos Mendes, enquanto membro da Direcção da UPFC esteve ligado à primeira grande obra projectada e construída por esta e que foi a ponte em pedra sobre o ribeiro do Soito, substituindo a antiga ponte em madeira existente naquele local.

Tratava-se de uma importante obra que permitia a ligação de boa parte das aldeias à sede da Freguesia (Soito, Malhada, Carrimá, Foz-da-Cova e Quinta de Belide), bem como a passagem do “trânsito” com a vizinha Freguesia de Fajão.

Embora tenhamos informação suficiente para, através desta forma, prestarmos uma justa homenagem a este ilustre conterrâneo, que faleceu em 1957, a sua participação activa no regionalismo, através da UPFC, e especialmente a sua ligação à construção da ponte do Soito, são motivos para a publicação deste singelo texto.

Por último refira-se que esta ponte foi posteriormente aproveitada, após alargamento e reforço de estruturas, para servir a actual estrada que passa no mesmo local, embora se deva dizer que as ditas obras tornando-a adaptada às necessidades actuais (embora um pouco estreita), descaracterizaram a sua beleza inicial.

Seguem-se algumas fotos da referida ponte, na sua fase inicial e após a sua adaptação ao trânsito rodoviário.


Ponte do Soito após obras de adaptação ao trânsito rodoviário


António Duarte