domingo, 11 de julho de 2010

Memórias do Soito e do Colmeal - espólio de António Marques de Almeida

António Martins Mendes e a Ponte sobre o Ribeiro do Soito





António Martins Mendes nasceu no Soito, casou no Colmeal com Ludovina da Conceição Ferreira Mendes e teve quatro filhos: Maria Amélia, Américo, Ângela e João Mendes, todos já falecidos, à excepção deste último, actualmente com cerca de 80 anos.

Teve vários netos entre os quais a Maria da Conceição Mendes das Neves, filha de Maria Amélia e actual esposa de António Marques de Almeida.

Esteve ligado desde início à UPFC, integrando os seus órgãos sociais, sendo que no período de 1993/1934, fazia parte da Direcção constituída pelos seguintes elementos “Manuel Nunes de Almeida, Albano Gonçalves de Almeida, Francisco Luís, António Domingos Neves, António Martins Mendes, José Augusto Elias de Almeida e António Nunes Major” (in Boletim “O Colmeal” Nº 124, de Fevereiro de 1974, republicado no dia 10 de Dezembro de 2009 em http://upfc-colmeal-gois.blogspot.com).

No mesmo texto que acabámos de citar referia-se que, em 14-4-1933 “estuda-se a possibilidade de construção de uma ponte em pedra sobre o ribeiro do Soito, pedindo-se à Delegação o respectivo orçamento.

Em 13-5-1933 decide-se oficiar à C. M. Góis pedindo a execução gratuita da planta desta obra, mas a resposta é negativa, por ser inteiramente impossível atender o pedido.

Em face disto, resolve a Direcção construir-se a ponte mesmo sem planta, encarregando-se a Delegação de elaborar o respectivo caderno de encargos da obra, cujo orçamento era de 3.000$00.
….

Em 11-1-1934, a Delegação da UPFC notifica que a obra da ponte sobre o ribeiro do Soito está concluída, mas só em 12-7-34 se oficia à C. M: Góis fazendo a sua entrega, depois de se ter completado o pagamento de 1.100$00 à Delegação (5-4-34) e 60$00 à Junta de Freguesia”.

Assim sendo, António Domingos Mendes, enquanto membro da Direcção da UPFC esteve ligado à primeira grande obra projectada e construída por esta e que foi a ponte em pedra sobre o ribeiro do Soito, substituindo a antiga ponte em madeira existente naquele local.

Tratava-se de uma importante obra que permitia a ligação de boa parte das aldeias à sede da Freguesia (Soito, Malhada, Carrimá, Foz-da-Cova e Quinta de Belide), bem como a passagem do “trânsito” com a vizinha Freguesia de Fajão.

Embora tenhamos informação suficiente para, através desta forma, prestarmos uma justa homenagem a este ilustre conterrâneo, que faleceu em 1957, a sua participação activa no regionalismo, através da UPFC, e especialmente a sua ligação à construção da ponte do Soito, são motivos para a publicação deste singelo texto.

Por último refira-se que esta ponte foi posteriormente aproveitada, após alargamento e reforço de estruturas, para servir a actual estrada que passa no mesmo local, embora se deva dizer que as ditas obras tornando-a adaptada às necessidades actuais (embora um pouco estreita), descaracterizaram a sua beleza inicial.

Seguem-se algumas fotos da referida ponte, na sua fase inicial e após a sua adaptação ao trânsito rodoviário.


Ponte do Soito após obras de adaptação ao trânsito rodoviário


António Duarte


1 comentário:

  1. Como já o afirmei anteriormente:
    “Os nossos antepassados, apesar de estarem longe e de constatarem que a sua vida tinha melhorado, não esqueciam os conterrâneos que ainda viviam na aldeia.
    Assim nasceu em 1931 a União Progressiva da Freguesia do Colmeal, que se iria tornar num caso de sucesso no desenvolvimento e progresso da Freguesia do Colmeal.
    Ficou estabelecido nos seus estatutos que a finalidade desta associação era:
    a)”Conseguir o máximo de solidariedade de todos os naturais da freguesia do Colmeal.”
    b)”Concorrer quanto possível para o aperfeiçoamento moral e social dos seus associados e protegê-los quando necessitem”
    c)”Auxiliar a instrução e dar o seu apoio moral e material a todos os melhoramentos da freguesia”
    d)”Promover por todos os meios ao seu alcance as manifestações de actividade que de qualquer modo possam contribuir para o engrandecimento daquela freguesia.”
    Todos estes considerandos ficaram estabelecidos no Artigo 2.º do Capitulo I, ficando claramente definido o seu carácter solidário e regionalista.
    Estas colectividades proliferaram nos anos subsequentes um pouco por toda a região das Beiras, sendo sempre a sua génesis nos grandes centros urbanos.
    As agremiações estão inseridas no fenómeno do regionalismo que tem dado azo a grandes estudos, teses no domínio da sociologia e das políticas demográficas, assim como igualmente vários politólogos, que encontraram na dinâmica destas associações verdadeiras escolas, do bom funcionamento democrático, pese estarem inseridas num país, que à época era governado por um sistema ditatorial.
    Eram igualmente norteadas por uma missão de solidariedade e de espírito reivindicativo em pró do desenvolvimento e da luta por condições de vida melhor, dos conterrâneos que viviam naquelas aldeias distantes”
    Todos estes considerandos fazem parte da nossa história, reconhecemos a sua importância e o trabalho meritório desenvolvido.
    Agora estamos perante um novo desafio:
    As colectividades do âmbito regionalista, precisam de se reinventarem, para sobreviverem nos tempos actuais.

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